segunda-feira, 30 de maio de 2011

Eu o amei ,em segredo mas amei...

O amor que eu sentia deixei-o preso,
como um pássaro em uma gaiola.
Eu sabia que me pertencia e sabia onde estava,
nunca abri a gaiola com medo de que a verdade
o levasse para longe de mim.
Passei anos pensando, se deveria deixar que
soubessem do meu amor impossível.
Estava quase tomando coragem de lhe dar a liberdade,
quando percebi que o pássaro estava morto.
Não fui eu que o matei, talvez ele tenha morrido
porque pensou que ninguém o amava.
Eu o amei, em segredo mas amei...


Quando li este poema, me apaixonei. e trouxe pra cá pro Gotinhas, porque aqui eu gosto de guardar tudo que me toca de alguma forma.
Obrigada Sandrinha por permitir que eu o postasse aqui.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Ela



Vens suave, 

silenciando o lume dos ventos, 
plantando rosas sobre os muros, 
como uma grinalda tecida em corolas
que se abrem em flor às gotas do orvalho.

Ardente,
como um beijo
consumindo a boca,
como a chama que morde,
para que não se apaguem os contornos
acesos dos teus lábios. 

Doce,
como os dedos da noite,
moldando a nudez em carícias insones,
satisfazendo desejos nos rituais da tua pele.

Breve,
como meu eco em ti a desfolhar-se 
na amorosa linguagem das pétalas,
abandonando-se, furtivas, à voragem dos lábios…

Albino Santos